OUVIR FALAR LER ESCREVER

Myspace Falling Objects @ JellyMuffin.com Myspace Layouts

domingo, 17 de janeiro de 2010

8º A: Composição do mês


Atravessaste um espelho e encontraste um mundo que é o contrário daquele a que estás habituado...



Encontrava-me na cave do meu ^bisavô. Aquele lugar era completamente estranho para mim até àquele momento. Parecia que havia muito tempo, desde que alguém lá tinha entrado. Todos os móveis estavam cheios de pó e os cantos da cave com teias de aranha. Deveras assustador. Na parede mais afastada, avistei uma estante cheia de livros. Dirigi-me à estante. Parecia muito velha. Por curiosidade, peguei num livro. Tinha como título " Túneis".

- Nada de jeito...- reflecti. Assim que pus o livro de volta na estante, esta caiu. Safei-me por pouco. Assustado e nervoso, devido à situação em que me encontrava, fugi. Estava perto das escadas. Vi um espelho. Com a pressa de sair, tropecei num livro, cambaleei e fui contra o espelho. Este, em vez de me parar, era como se não estivesse onde estava...

Caí com força no chão. Podia jurar que estava a sonhar. De repente, senti a boca a saber a sangue. Decididamente, não estava a sonhar. Levantei-me. Estava num mundo completamente diferente. Com neve, muita neve. Estava num " deserto de neve".

Sem saber o que fazer naquela situação, andei sem rumo. `A medida que caminhava, só via mais do mesmo: neve. Não sentia nada. Nem fome, nem sede, nem sono, nem cansaço. Sentia-me um completo "morto-vivo". Ao final do que me pareceu ser muito tempo, avistei árvores, muitas árvores, uma floresta.

Reabastecido de esperança, corri em direcção à floresta. Não vi ninguém. Ao longe, consegui ouvir uivos de lobos. Atravessei um bom bocado da floresta. Agora cansado, tropecei na raiz de uma árvore. Caí. O embate foi muito forte e magoei-me a sério. Enquanto me levantava, ouvi vozes. Vozes muito fininhas e irritantes. Ao início pareciam risos, mas depois, com mais atenção, percebi que eram vozes assustadas, desconfiadas.

- Está aí alguém? - perguntei.

Ouvi passos atrás de mim. Virei-me de repente. Um anão. Não sabia ao certo que espécie de criatura era aquela, mas sabia que era baixinho, tinha garras e orelhas grandes.

- Qu...quem és tu? - questionei, assustado.

De repente, senti uma pancada na cabeça. Estava inconsciente.

Quando acordei, estava dorido. Já não estava no mesmo sítio. Era agora um local fechado, apertado e escuro. Fiquei lá tempo suficiente para entrar em desespero. Finalmente, uma porta abriu-se. Era o mesmo anão. Tirou-me daquele lugar apertado e arrastou-me. Tinha mais força do que aparentava.

- Quem és ? - perguntei novamente.

- Ninguém que te interesse! - respondeu, com desprezo.

Atirou-me para a rua. Aquela deva ser a casa dele. Estava muito frio lá fora. Bati à porta do anão.

- Vai-te embora, não há nada para ver aqui! Desaparece!

Sem perceber a reacção do anão, saí dali, e, mais uma vez, pus-me a andar, sem saber para onde. De repente, senti que estava a ser observado, seguido. acelerei o passo. Olhei para os lados: Nada, só árvores. Olhei para trás...uma matilha.

Corri como nunca tinha corrido. Os lobos corriam atrás de mim. Conseguia sentir a fome deles ao longe. À frente, vi um castelo de estilo gótico.

- A minha única hipótese...- pensei.

Entrei e escondi-me no escuro. Não sabia onde estava, não conseguia ver nada. Os lobos entraram no castelo. Eu não sabia onde estava, mas eles sabiam. Senti-os a aproximarem-se, cada vez mais perto. Olhei à minha volta. Um reflexo: uma saída.

Sem mais opções, dirigi-me à saída. Olhei melhor.

- Saída? Não... - pensei. Não percebia o que estava a ver, até que... um espelho igual ao da cave. Atravessei-o desesperadamente.

De volta à cave!


João Faria