Duas pessoas a dançar,
duas pessoas que parecem uma só,
duas pessoas a rodopiar,
duas pessoas que andam a tramar alguma.
Nos olhos têm um brilho,
um brilho assustador.
Nos lábios têm um sorriso,
que nos faz tremer de pavor.
Dançam bem
como o vento.
dançam muito,
nunca param.
Dançam uma dança obscura,
uma dança sem nome,
uma dança que ninguém viu,
uma dança que ninguém dançou,
uma dança de que nunca ninguém gostou.
Uma dança sem risos,
uma dança sem alegria.
Uma dança obscura,
uma dança sem magia.
Uma dança bem real,
uma dança sem brincadeiras.
Uma dança fenomenal,
uma dança sem maneiras.
Esta dança tão elegante,
esta dança tão obscura
é uma dança de que muitos
andam à procura.
É uma dança de que poucos
gostam de fugir.
É uma dança que quase todos
querem descobrir.
É uma dança irreal,
é uma dança do outro mundo,
é uma dança de escuridão,
é uma dança de amor profundo.
É uma dança obscura,
é uma dança de solidão,
é uma dança sem sentido,
é uma dança sem razão.
R. D, 8º C
